Silves foi a capital do Algarve até ao século XVI, altura em que Faro se tornou a sede do bispado. Foi a cidade mais rica da região entre os séculos VIII e XII, quando se encontrava sob o domínio dos muçulmanos, que fizeram dela a capital do “Al Gharb”. Embora a maioria dos monumentos tenha sido destruída pelo grande terramoto de 1755, o imponente castelo edificado pelos mouros continua de pé. É um dos monumentos mais importantes e bem preservados do Algarve, e a razão porque muitos visitam a cidade.
Esta é uma cidade muito pacata, perfeita para visitar num passeio de algumas horas a partir de Lagos, Alvor, Portimão, Carvoeiro ou Albufeira. Dada a sua localização no interior, não tem praias, pelo que normalmente não é onde muitos turistas procuram ficar alojados (as praias mais próximas situam-se em Armação de Pêra, a cerca de 20 minutos de carro). No entanto, é visitada para uma experiência cultural numa pausa da praia.
As estreitas ruas empedradas vão dar à sé gótica e a um pequeno museu arqueológico, e encontram-se vários restaurantes e cafés com esplanada pelo caminho e junto ao rio. Esse rio é o Arade que, em tempos remotos, foi uma importante via de comunicação com o interior algarvio, utilizada primeiro pelos fenícios e mais tarde pelos romanos. Após a invasão dos mouros no século VIII, a cidade cresceu graças precisamente à sua localização estratégica junto ao rio. Recebeu o nome de Xelb (ou Shelb) e consta que rivalizava com Granada e Lisboa em esplendor e influência. Em 1189, o rei D. Sancho I conquistou a cidade aos mouros com a ajuda de cruzados vindos do norte da Europa, mas esta acabaria por voltar para as mãos dos muçulmanos até 1249, altura em que passou definitivamente para o reinado de D. Afonso III. Alguns séculos mais tarde, Silves começou a perder importância, devido em parte ao assoreamento do rio, à construção de novos portos algarvios e, já no século XVIII, à destruição causada pelo terramoto de 1755. Quase todos os edifícios da cidade na atualidade datam de finais dos séculos XVIII ao século XX.
Se estiver no Algarve em agosto, não perca a Feira Medieval de Silves, que decorre no castelo. O evento dura normalmente dez dias e recria o passado medieval da cidade, com manjares medievais, dança, música e um grande mercado. Todas as atividades são pagas em xilb, a moeda da época, e o câmbio é feito no local. Realiza-se habitualmente na primeira quinzena de agosto. Para mais informações consulte a página do evento: Feira Medieval de Silves
O Que Visitar em Silves
Castelo de silves
O castelo de Silves, construído em arenito (o que lhe confere o seu tom avermelhado) é o maior monumento do Algarve, e também o mais antigo e melhor preservado. Edificado pelos árabes no século X, foi sendo reparado e ampliado pelos monarcas portugueses até ao século XVI. No início do século XX encontrava-se em ruínas, tendo as suas dez torres sido alvo de restauro na década de 40. Mais tarde, efetuaram-se escavações arqueológicas no interior das muralhas, tendo a recuperação total (incluindo dos jardins) sido finalmente concluída em 2009. Os visitantes podem caminhar sobre as muralhas, admirando a vista da cidade e da paisagem envolvente. No interior existem duas cisternas, uma delas anterior à construção do castelo, visto que já era utilizada pelos romanos. A mais recente, assente em 12 colunas, é do século XII e atualmente utilizada para exposições temporárias. Ao longo dos séculos, o castelo teve também residências de governadores, mas estas desapareceram, restando apenas os vestígios arqueológicos das suas fundações. No exterior, junto à entrada, encontra-se uma estátua de D. Sancho I, que conquistou a cidade para o reino de Portugal no ano de 1189. Está aberto todos os dias, com excepção do dia de Natal e Ano Novo.
Sé de Silves
A Sé de Silves situa-se a poucos passos do castelo. Foi originalmente construída no século XIII, no lugar de uma antiga mesquita. Parcialmente destruída pelo grande terramoto de 1755, foi restaurada ainda no século XVIII. Felizmente, grande parte da construção original sobreviveu, incluindo o portal gótico e as colunas que sustentam a nave. A torre do relógio é já do século XVIII. No interior encontra-se a pedra tumular de D. João II, que aqui foi sepultado em 1495, embora os seus restos mortais tenham sido posteriormente trasladados para o Mosteiro da Batalha. Está aberta de segunda a sexta-feira.
Rua da Sé
Igreja da Misericórdia
Em 1491, o rei D. João II doou Silves à sua esposa Rainha D. Leonor, tendo esta igreja sido edificada posteriormente para servir a Santa Casa da Misericórdia, instituição de caridade que D. Leonor fundou para cuidar dos enfermos e inválidos. De exterior simples, merecem nota o portal renascentista e o portal lateral de estilo manuelino, virado para a Sé, acrescentado em 1520. O seu interior é também singelo, de nave única e totalmente pintado de branco. O único apontamento de cor vem do retábulo maneirista do século XVII. A imagem central, pintada em 1727, retrata a Visitação (a visita da Virgem Maria, grávida de Jesus, a Santa Isabel, que estava grávida de João Batista, conforme o Evangelho de S. Lucas). Ao seu redor estão sete outras pinturas, que datam do século anterior (1630) e ilustram as sete Obras Corporais de Misericórdia.
Rua da Misericórdia, 2
Museu Municipal de Arqueologia de Silves
Este pequeno museu conta a história de Silves e de parte do Algarve, desde o período paleolítico até ao século XVII, através de artefactos pré-históricos, romanos, mouros e do período moderno encontrados na zona. A peça central da exposição é o Poço-Cisterna Almóada dos séculos XII-XIII, descoberto em escavações arqueológicas na década de 1980. Outros destaques da coleção são um menir neolítico e a muralha árabe, integrada na construção do museu. Está aberto todos os dias, com excepção do dia de Natal e Ano Novo.
Rua da Porta de Loulé, 8
Centro de Interpretação do Património Islâmico de Silves
Situado no pequeno Largo do Município, no mesmo espaço do posto de turismo, o Centro de Interpretação do Património Islâmico de Silves foi inaugurado em 2002 e divide-se em três núcleos principais. Evoca a influência islâmica na vida da região, nomeadamente na agricultura (sistemas de captação e aprovisionamento de águas, por exemplo) e na poesia, com poemas escritos pelo rei-poeta Al-Mutamid. No mesmo largo ficam as antigas Portas da Cidade. Está aberto de segunda a sexta-feira e a entrada é gratuita.
Largo do Município
Ermida da Nossa Senhora dos Mártires
Embora os seus vestígios mais antigos sejam do século XVI, esta ermida, segundo a tradição, teria sido construída no século XII para sepultar os cristãos que pereceram no cerco de Silves em 1189 (os mártires). Situa-se a oeste do centro histórico e normalmente não está aberta ao público. Se tiver a sorte de a encontrar aberta, espreite o interior para admirar a abóbada gótica e manuelina e os retábulos barrocos.
Largo dos Mártires da Pátria
Ponte Velha
A Ponte Velha de Silves é por vezes chamada erradamente de Ponte Romana. Data do século XIV, mas alguns historiadores acreditam, no entanto, que ela foi construída no local de uma antiga ponte romana, tendo sido encontrados vestígios de material construtivo dessa época. Até à década de 1960, era o principal acesso a Silves, mas atualmente é apenas de uso pedonal. Tem 76 metros de comprimento e 5 metros de largura e é sustentada por cinco arcos perfeitos, de inspiração romana. Atravesse-a para uma vista panorâmica da cidade e das laranjeiras e amendoeiras nos arredores.
Como chegar a Silves
De carro: O carro é a melhor opção para chegar a Silves uma vez que não existem boas ligações de transportes públicos (ver abaixo). A cidade fica a cerca de 30 minutos de Albufeira, 35 minutos de Lagos, 25 minutos de Alvor e Portimão, 20 minutos de Carvoeiro e cerca de 50 minutos de Faro. Existe estacionamento nas ruas da cidade e um parque de estacionamento na Rua da Cruz de Portugal, junto ao rio. A cidade é muito pequena e pode ser facilmente explorada a pé.
De transportes públicos: Existe um comboio com cerca de uma dezena de partidas diárias das principais cidades algarvias (demorando cerca de 30 minutos de Albufeira, 35 a 40 minutos de Lagos, 15 minutos de Portimão, e uma hora e dez minutos de Faro), mas a estação ferroviária fica afastada do centro, a cerca de dois quilómetros. Para chegar ao centro, terá de caminhar por meia hora por uma estrada movimentada não muito adequada a peões, ou então ter a sorte de encontrar um táxi na estação para uma viagem de 10 minutos até ao centro da cidade. Existe também o autocarro número 17 da Vamus, que parte de Albufeira, mas tem apenas cerca de meia dúzia de partidas por dia e demora 45 minutos. De Portimão, o autocarro 113 tem meia dúzia de partidas durante a semana e apenas três ao fim-de-semana, e a viagem dura 40 minutos.
Hotéis em Silves
Hotel Colina dos Mouros
Classificado com três estrelas, este é o único hotel em Silves e oferece um serviço básico, embora as vistas do castelo sejam excepcionais. Nem todos os quartos têm vista, por isso certifique-se de que seleciona um dos quartos duplos ou triplos com vista para o castelo quando fizer a reserva. O pequeno-almoço é servido no terraço de onde se pode admirar uma vista panorâmica. Dispõe ainda de piscina.
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Ponte Romana
Devido à localização na outra margem do rio, este alojamento oferece uma vista para o castelo de alguns dos seus quartos e do terraço onde os hóspedes relaxam depois de um passeio pela cidade. Fica perto da Ponte Romana e, portanto, a uma curta distância a pé das atrações turísticas.
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Vila Sodré Guesthouse
Apesar de estar situada numa das principais ruas de Silves, esta propriedade é muito sossegada e oferece uma vista do campo nos arredores da cidade. Tem uma boa relação qualidade-preço, com quartos duplos e triplos em estilo clássico com pequenas varandas, uma piscina exterior e uma adega.
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Quinta Tapada do Gramacho
Esta é uma antiga quinta, renovada para alojar quem prefere o campo à praia. Situa-se a 10 minutos a oeste do centro de Silves e é composta por suítes e apartamentos. Cada unidade foi decorada individualmente, indo do barroco ao vintage e ao contemporâneo. As instalações incluem ainda uma piscina exterior, rodeada do ambiente tranquilo do campo.
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